segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

CAPPC a formação policial.

imagem CAPPC

O sucesso de projetos como as UPP, Unidades de Polícia Pacificadora tem sido um dos principais temas de 2009, quando o assunto é sobre a segurança pública carioca.

Mas para que esses projetos chegassem a acontecer, era necessário que todos policiais envolvidos nas operações, tivessem ciência de um novo perfil para a Polícia Militar para adotar novas medidas.

Criado em 2002 o CAPPC, Curso de Aprimoramento da Prática Policial Cidadã, só veio a acontecer após uma parceria entre a ONG Viva Rio e a PMERJ, Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, tendo como o público-alvo os praças da corporação

Inicialmente, o programa estava voltado para os PMs que já estavam na ativa e era ministrado nos Batalhões. Mas a partir de agosto de 2009, por determinação do Comandante geral da PM, Cel. Mario Sergio de Brito Duarte, o objetivo do curso voltou-se para a formação dos recrutas.

Através de Geraldyne Souza, 22 anos, que cursa História pela UFF e desde julho desse ano, faz parte da Monitoria-Observatória dos cursos de formação ministrados no CFAP, Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças, e nos Batalhões-escola.

Onde o blog Digithal pode descobrir como a Polícia Militar tem preparado os policiais daqui para a frente: “Minha função é observar e relatar a dinâmica da aula. São esses relatórios que garantem um retorno do que está ou não funcionando e do que precisa ser modificado” revela a monitora.

Para Geraldyne, os maiores desafios desses cursos estão na quebra dos paradigmas: “Acho que o maior desafio é eliminar a barreira construída entre a PM e a sociedade. É preciso fazer a população enxergar o ser humano existente por trás da farda, mas acima de tudo, é preciso que os próprios PMs se compreendam como parte da sociedade. “

E além disso, a monitora completa com o que acredita ser a missão da Polícia Militar na Sociedade: ”O que de fato a PM busca é ocupar o seu lugar de direito, assumindo uma postura assistencialista, pois a missão da Polícia não é combater o crime, mas operar a lei” finaliza.

Entre os assuntos abordados pelo CAPPC, são ressaltadas as questões de direitos humanos e cidadania, através de temas como: Uso da Força; Uso da Arma, Policiamento Comunitário; Técnicas de abordagem, Ordem Pública e Segurança Pública; Prevenção e mediação de conflitos entre outros.

Para um dos policiais que faz o curso a importância desse novo métodos é: "Este Curso capacita e traz para a realidade da PM. É necessário ao futuro da Corporação", diz o policial que deve ter seu nome em sigilo, porque é uma forma de garantir e assegurar a liberdade de expressão.

Já outro policial vai mais além e fala sobre as expectativas: "Com a UPP a bandidagem está com os dias contados na comunidade. Isto tende também a diminuir o número de menores infratores, porque o exemplo de bom comportamento aliado ao saneamento, vão dar um novo rumo aos cidadãos. Fora do morro o bandido fica mais suscetível a lei"

Este ano o CAPPC foi bastante premiado, por se tratar de um projeto pelo qual a formação da polícia tem sido vista como mais humana e cidadã. Entre os premios recebidos temos:

Um dos três projetos da ONG, Viva Rio selecionados a serem apresentados na 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública (Conseg). As iniciativas foram tidas como inovadoras e promissoras formas de repressão qualificada da criminalidade, prevenção social da violência e promoção da cultura de paz com cidadania.

Além de terem recebido no dia 14 de setembro o Prêmio Polícia Cidadã Rio de Janeiro 2008/2009. Concedido pelo Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC), da Universidade Cândido Mendes, o prêmio busca identificar, premiar e difundir boas práticas policiais que colaboram para a redução da violência.

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