Falta educação para os passageiros - Crônica de uma Viagem Complicada

Ainda é possível se surpreender com o trânsito no Rio de Janeiro. Mais ainda, é possível se surpreender com a capacidade das pessoas serem mal-educadas.

Hoje ao voltar do trabalho me deparei com uma cena grotesca a bordo do ônibus 176 da linha São Conrado – Central.

O trânsito estava lento por causa da chuva e a viagem como costume, foi demorada. Mas o que mais me espantou, além do “hábito” da demora, foi a tremenda falta de educação das pessoas.

Nas ruas intransitáveis de Botafogo, no início da noite aqui no Rio, o pobre motorista foi alvo de inúmeros xingamentos e ameaças em um período de 1 hora. Parecia que o culpado pela chuva e pelos transtornos em todo o período de viagem, era o pobre motorista.

Sinceramente, nunca fiquei tão assustado com a tamanha falta de educação das pessoas (jovens e senhoras de idade!!), com um trabalhador que passa horas a fio sentado em viagens longas e cansativas. Um cotidiano recheado de estresse.

Num dos poucos momentos de lucidez no ônibus, ouvi de um senhor: “ A culpa não é do motorista, o trânsito está péssimo!” Mas um rapaz respondeu: “Esse motorista é uma desgraça! “ e o senhor retrucou: “Desgraça, meu filho, é um terremoto como esses do Haiti” e o rapaz continuou, rindo: “ Esse motorista é pior do que qualquer terremoto” .

Ao invés dos passageiros praticamente excomungarem um motorista, que presta um grande serviço à população do Rio, em um ônibus de péssima qualidade e lida justamente com uma faixa da população tão má educada, deveríamos rechaçar os políticos e as grandes empresas que corroem nossa cidade com serviços públicos absurdos e pífios às nossas necessidades.

Mas não, se veem um político, ficam reféns, com cara de idiota e sem falar para os que elegemos.

Deveríamos dizer atrocidades para aqueles que nós, infelizmente, ajudamos a eleger e a nos colocar nessa situação bizarra e infeliz.

Hora de acordar!